Maria Eduarda, minha melhor amiga, acordou cedo nesta sexta-feira. Como a mesa do café, ou melhor chá, ainda não estava posta, iniciou de pronto o ritual diário da leitura dos jornais. Ela sempre começa pela Folha, mais divertida. Depois percorre o solene Estadão. Quando alcança última página do Caderno 2, em geral já chegou o Globo. O Ancelmo e o Joaquim Pereira dos Santos são passagens obrigatórias. Dos cronistas, ela nunca perde o Coni, o Antonio Prata e o Mathew Shirts. Às vezes lê também o Ignácio, a Cora Ronai, o Veríssimo e o Milton Hatoum. Nem sempre o Quiroga e a Bárbara Abramo sinalizam a mesma tendência, o que deixa uma margem salutar para o acaso e o livre arbítrio. Até aí, tudo bem. Duro é ver que tanto a polícia londrina quanto a nossa federal estão descontentes com os respectivos governos, o que lhes desperta o gosto pelo espetáculo. A nossa, nessas ocasiões, exibe algemas. A londrina deixa de usá-las. A crise economica não é problema da polícia, eles querem as suas verbas, seus salários e seus equipamentos. Embora a reivindicação seja justa, nada vai ser resolvido se o circo pegar fogo. Maria Eduarda não queria estar no lugar da Dilma, nem do Cameron. Nem adianta convidá-la para o ministério. Sorrateira, ela a tudo observa em silêncio. Só eu consigo ler seus pensamentos. (E.M.)
Essa Maria Eduarda é um belo alter ego! Avenca nela.
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