Eu sempre penso na Talita.
Conheci a Talita quando passei alguns meses numa escola estadual da capital de São Paulo gravando com a TV Cultura para o MEC. Ela era uma das alunas-personagens.
Baixinha e gorduchinha, a moreninha baiana nos disse uma vez que não sabia falar a língua dos baianos. Como é que é, Talita? Aquela língua assim: ó xente bixim.
Da Bahia ela só lembrava do mar e de que o mar era de todos. Sabia, tia, que o mar não tem dono, que entra nele quem quer?
Ela estava ansiosa para a festa de encerramento. O ministro da Educação vem mesmo, tia?
No dia da festa ela não apareceu. Cadê a Talita? Cadê a Talita?
Implorei para que a diretora me passasse seu endereço e encontrei a Talita numa vilinha bem pobre andando de bicicleta.
"Eu não queria falar 'tchau'", foi o que ela me respondeu.
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