Estou com saudades da sensação de estar num balanço. Acho que era um dos únicos momentos em que eu conseguia focar no ir e vir e não pensar. Eram só as cócegas na barriga, o vento raspando no rosto, os cabelos emaranhados atrapalhando a visão, a risada que saía de mim ainda que eu não quisesse. Balançar é confiar, entregar-se, sentir, ser.
Nesse final de semana coloquei meu filho num balanço. Enquanto sorria eu via seus olhinhos focados no chão que se aproximava e se afastava, em silêncio. Mesmo tão pequeno ele sabia que uma palavra estragaria toda a brincadeira de viver. Quando parou, ele me pediu pra sentar no balanço ao lado. Não consegui. Eu estava adulta demais naquele dia.
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