quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Solução para o trânsito de São Paulo - um pedido para o Kassab

Quatro e meia da tarde e eu parada dentro do carro na Avenida Brasil. Esquina com a 9 de Julho, também congestionada. As pessoas não trabalham dentro de algum lugar a essa hora? Eu ali irritada porque provavelmente chegaria atrasada ao meu compromisso, com medo dos motoqueiros que chegam perto demais do meu carro, cansada das músicas do rádio e do MP3, indignada com a falta de educação dos motoristas e com a minha teimosia em ainda me indignar com essas coisas, pensando em como sou feliz por não dirigir tanto em São Paulo e então eu olho para a calçada e vejo ele. Ele, um homem na faixa dos quarenta, acho eu, com uma bermuda preta e sem camisa, com o peito perfeito perfeitamente nu, apenas com uma faixa preta do Polar que media seus batimentos cardíacos, suado na medida certa. O semáforo está fechado para ele e enquanto ele espera bebe um pouco de água e dá uns pulinhos para não esfriar. Há quanto tempo eu não virava o pescoço para um homem mesmo? Juro que me deu vontade de abrir o vidro, meter a mão na buzina e começar a gritar "lindo lindo lindo". Não sei por que não o fiz, seria divertido e já passei da idade de me preocupar com o que um homem vai pensar mesmo. Não fiz nada, fiquei trancada no meu carrinho agradecendo aquela visão e fui embora pensando nele, bem mais animada.

O prefeito podia achar mais uns rapazes como ele e colocar correndo pelas nossas ruas. Nós ficáríamos tão mais alegres nos nossos carros e seria bem mais divertido dirigir por uma cidade onde as mulheres passassem algum tempo buzinando e gritando pela janela "lindo lindo lindo".

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