sexta-feira, 11 de novembro de 2011

11.11.11

Talvez eu fosse mais feliz se acreditasse mais. Mais em mais coisas como, por exemplo, um acontecimento capaz de mudar o mundo ou a humanidade só porque hoje é dia 11.11.11. Quer dizer, hoje é 11.11.2011, deve ter sido mais assustador ou encantador mesmo em 11.11.1111. Escrita, a data perde a graça: 11 de novembro de 2011. E piora: onze de novembro de dois mil e onze.

Não sei se tudo isso é apenas uma brincadeira. Para alguns acho que não. Para mim é apenas uma data bonita. Se eu estivesse grávida já aos nove meses, pensaria numa cesárea. Não estou, portanto só penso na beleza dos números combinando. Gosto de números que combinam. Por exemplo, alguém que nasceu em 07.07.70. Ou que casou em 02.03.04. Mas prefiro os pares. Acho número ímpar extremamente antipático e egoísta: na divisão por dois sempre sobra um. Gosto do 8, essa volta infinita. Nasci no dia 28, que bom. A médica da mamãe quem escolheu, não por causa do 8 ou do 2 ou dos dois juntos. Era o melhor dia para ela arrancar a menina que não queria sair do útero.

Mas, voltando, se eu acreditasse que o mundo dá a mínima para esse calendário inventado por nós, talvez eu fosse mais feliz. Mas o mundo, o planeta Terra, o universo em que ele flutua, nada disso está se importando com a gente e com as nossas invenções, desde o calendário até a bomba atômica. Se um dia acabar por culpa nossa ou não, a coisa começa de novo em algum canto por aí. Melancholia está aí, nem um pouco preocupada com a gente, pessoinhas que não enxergam um palmo a frente do umbigo, muito menos se hoje é dia 11.11.11 ou 25.07.69 ou 08.05.12.

Até o fim do mundo, resta-nos viver com a dor de se saber sozinho no universo.

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