quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Boa noite, São Paulo!

Nove da manhã, entrando no carro em frente a uma escola infantil: um homem passa correndo e gritando "pega ladrão pega ladrão pega ladrão". Corre tropeçando nas próprias pernas e no desespero, mas sua moto foi embora com quem não trabalha para possui-la.

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré, a esperança não vem do mar, nem das antenas de TV, a arte de viver da fé, só não se sabe fé em quê

Meio dia, dirigindo um carro a vinte por hora, velocidade média possível na Alameda Santos: dois policiais numa moto fazem sinal para eu parar e vão ao encontro de um carro de bombeiros para socorrer uma mulher grávida caída na rua com as pernas ensanguentadas.

Pois paz sem voz, paz sem voz, não é paz, é medo

Oito na noite, dentro do carro esperando o semáforo liberar o caminho: uma mulher bate na janela do meu carro gritando peloamordedeus para eu deixá-la passar assim que o semáforo abrir pois ela tem um acidentado dentro do carro dela, logo atrás de mim. Eu entendi e fiz o que pude, os outros não. Ela não tinha como avisar todos os motoristas.

And so Sally can wait, she knows it´s too late, as we´re walking on by

Oito e meia da noite, chego em casa: não, aqui na cidade que me pariu, minha cidademãe, isso não é sinônimo de segurança. Talvez de um pouco de descanso, um pouco apenas.

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