quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Enquanto isso...

No metrô, em São Paulo, um jovem na faixa dos vinte anos e uma mulher com mais ou menos sessenta estão sentados lado a lado:

Ele: Então, sabe quando você passa quatro dias grudado numa pessoa e depois não aguenta mais olhar para a cara dela?
Ela: Ah, sei.
Ele: Foi isso que aconteceu. Não é que eu não goste mais dela, eu só não aguentava mais olhar para ela depois de quatro dias. Ai, eu precisava respirar, dar um tempo. Ela não entendeu, ficou chateada, mas eu vou ligar para ela. Não é nada demais. Você me entende?
Ela: Entendo, sim, mas é bom a gente ligar para as pessoas, dar atenção, mostrar que gosta delas. Você viu o que aconteceu com a minha irmã?
Ele: Ah, e ela, como está?
Ela: Hoje piorou, voltou a ser entubada. Ontem ela jantou sozinha, perguntou sobre um monte de gente, conversou, mas não aguentou muito tempo. E ela é tão forte, mais saudável que eu, veja só.
Ele: Mas faça pensamento positivo que vai dar tudo certo. Você acredita em Deus?
Ela: Como assim? Sabe por que eu respiro? Por causa de Deus.
Ele: Então ela vai ficar bem.

Uma voz anuncia a Estação Brigadeiro.

Ela: Eu desço aqui.
Ele: Foi um prazer te conhecer.

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