quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Centrolécito


Eu gosto de estar no centro. Pelo menos no centro da cidade de São Paulo, entre advogados, juízes, desembargadores, promotores, bancários, funcionários públicos, comerciantes, prostitutas e pedintes. Loucos mansos e tempestuosos.

Aqui tem café por R$ 1,25 e R$ 4,75. Almoço por R$ 10,00 ou R$ 50,00. Louca mansa ensinando raiz quadrada com uma lousa no meio da rua. Outro dia parei um pouco para a lição, mas Matemática não me atrai, apesar de eu tentar ser atraída. Prefiro os sebos e as livrarias. Posso comprar uma lâmpada pela metade do preço da que é vendida - a mesma, no bairro onde moro - fora do centro. E tem o mercadinho do japonês simpático, também pela metade do preço.

O centro é feio e bonito. Alegre e triste. Limpo e sujo. Claro e escuro. Frio e quente. Pobre e rico. Velho e novo. Cheio e vazio.

Eu gosto do centro; do centro de São Paulo, pelo menos. Ele me faz sentir viva e na vida.

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