domingo, 25 de setembro de 2011

Como termina?

Fico transtornada quando vejo metidos endinheirados destratando funcionários, exercendo um certo "poder", na frente de todo mundo. Pode até ser que eu tenha o conflito rico x pobre, classes - nomeie como lhe agradar. Fico mal.
Ontem festa, hoje sossego culinário e, para isso acontecer e também descansar, o melhor é sair e almoçar com a família em algum restaurante. Aqui pertinho mesmo. Vamos ao shopping da comunidade.
Tendo nascido com a habilidade de ouvir, mesmo que você fale baixo, mas com intenção de ser escutado, eu vou te ouvir. Também sou curiosa, bisbilhoteira - ou seja, ouço mesmo a conversa da mesa ao lado. Nem vou tentar me desculpar.

Local: restaurante português, classe AAA.

Mesa 1 - família de quatro pessoas - ninguém com pinta de anoréxico, muito pelo contrário.
(pai, conversando com o garçom): E estes pratos, podemos dividir? Ah... os pratos são individuais? Sei... qual o seu nome, por favor? (estendendo a mão para o maitre) João? Muito prazer, sou Roberto. João, conversa lá com o pessoal da cozinha, vê o que eles podem fazer, queridão. Queremos dividir os pratos, ok? Sabe como é João, chega a segunda feira e ficamos com a consciência pesada.

...

Mesa 2 - família de quatro pessoas, o pai calado o tempo todo, o irmão mais novo (12?) enfiado no game que tem em mãos, a mãe ereta e séria (nem um sorriso sequer) e a adolescente (15?) falando ininterruptamente. O ponto alto, foi na saída.
(esposa, braços cruzados sobre a mesa, corpo levemente inclinado e olhando fixo para o marido): Você viu a matéria da Veja hoje? Viu? Carlos, eu odeio este país. ODEIO! Quero ir embora o mais cedo possível, entendeu?

...

Vallet parking - uma Cayenne (baita carrão...) parada e afoito, de um lado para o outro, o homem (com forte sotaque estrangeiro) agitava os braços e vociverava:
- Está jogando a culpa no cliente? É isso? No cliente? Chame o gerente! Chame o gerente! Estou mandando! Qual o seu nome? Como? Vou anotar. Tenho certeza que isto não estava em meu carro! Vocês fizeram isso! Vão pagar... ah, vão pagar! Parvos! São todos uns parvos!
(Ao mesmo tempo que isso - e um pouco mais - era dito, olhava ao redor para todas as pessoas que passavam. Parecia buscar platéia e apoio. A família dele? Estava em um canto, esperando o desenrolar de - provavelmente - mais um escandalo de papai...)

...

Minha cabeça estava em Campo Limpo. Será que a polícia conseguiu encontrar a mãe da criança de, no máximo, três anos que corria pelas calçadas, atravessava as ruas e  que eu quase atropelei?

Um comentário:

  1. Sylvia, que bom ter lido isso. Estou vendo que me repetirei aqui, sempre: gostei, gostei, gostei..., e detalhe: não ligo para essa coisa de ser repetitivo. Então lá vai mais um: gostei!
    Ah, outra coisa: essa mania que as pessoas tem de ter o nariz em pé é porque sabem que quem é educado não taca o pé no nariz delas. Elas sabem com quem mexem...

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