sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Carta para 2011

Dois mil e onze,

você não me fez mal algum, afinal é apenas uma invenção romana incapaz de cometer qualquer maldade ou bondade contra quem quer que seja, mas, mesmo assim, não consigo começar essa carta com um “querido” antes do seu nome.

Depois de amanhã você será apenas história e para mim não será das mais bonitas. Derramei mais lágrimas durante a sua existência do que em toda a minha. Acordar durante os seus dias foi uma batalha. Diária. Direi “adeus” a você cansada, quase dilacerada, mas ainda não será dessa vez que desistirei. Para sorte de uns e azar de outros, eu tentarei mais uma vez. Talvez duas. E a partir de hoje, de já, e se não der, do já que virá depois e sempre, até a minha existência virar apenas história também. Bonita para alguns e feia para outros.

E chega por ora. Estou sem energia.

As risadas foram ínfimas perto das lágrimas, mas existiram e eu aproveitei cada uma delas. Convivi com pessoas que me mostraram que vale a pena estar aqui. Li textos lindos. Escrevi muito para conviver com a dor e escrever sempre me faz bem. Conheci pessoas merecedoras de coisas boas. Senti saudade, sinal de que tenho belos segredos no meu coração. Fui a lugares que não conhecia. E eu sempre gosto de conhecer, seja um lugar, um sabor, uma pessoa, um sentimento, uma obra de arte, um som. E ouvi a risada dos meus filhos, o som mais bonito desse mundo perdido na Via Láctea.

Espero que 2012 me encontre serena e que ele ouça mais a minha alegria do que você.

Luciana Gerbovic Amiky

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