quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Loucura

Os prazos estão terminando, a meta próxima de ser alcançada e a pressão é assustadora. Restam dez dias úteis. Tempo é dinheiro. Dinheiro é dezembro.
Em dezembro, procura-se resolver a vida não vivida nos últimos onze meses. Caca Rosset tuitou que é neste mes que sabemos que o ano não vai dar certo...
Ela se encosta no parapeito da janela e solta os filhos para que voem pelos quatro andares que os separam do chão. O major, durante um sequestro relâmpago, perde a vida cumprindo sua função pois se esqueceu do colete a prova de balas. Alguns boletins que chegam trazem em si o espirito vermelho do Natal. Déficit nas notas e nas contas correntes. Bondade sendo praticada com sacolas de todos os tipos e tamanhos, deixando a reciclagem de lado. Pobres sacolas plásticas, foram as culpadas pela poluição do meio ambiente e hoje observam suas primas de papel rodando livremente pela cidade. Desafetos em "festinhas de firma" trocam anonimamente presentes que em sorteios os fizeram amigos. O compromisso das dez e trinta começa na realidade às oito para que seja cumprido no horário - pode começar antes, se o trajeto prevê algum shopping center no meio do caminho. Esta é a pedra de todos nesta época do ano. O casamento que se arrasta tem seu decreto definitivo, mas não final. É pau, é pedra, é o fim deste caminho. A ser efetivado em janeiro, para não traumatizar o Natal das crianças.

A partir das quatro horas da tarde, no decimo sexto andar de um prédio no Itaim, um espetáculo de verão tem início.
Vinte, trinta ou quarenta andorinhas bailam pelo céu, todos os dias até o final do verão.
Cantam, alegres, rodopiam em um bailado encantador.
É Natal.

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